sábado, setembro 25, 2010

Vindimas

Fomos assistir a um dia de vindimas na Casa do Seixo, em Fermil de Basto, na Região Demarcada dos Vinhos Verdes.
Logo pela manhã os vindimadores concentraram-se no largo da casa, para receberem indicações do dia de trabalho que tinham pela frente nas verdejantes vinhas.
Esta região é caracterizada pela existência de pequenos produtores, com a manifesta preocupação em obterem vinhos de qualidade, com os melhores sabores, reforçando a notoriedade deste néctar.
Neste sentido alguém dizia “as uvas secas e podres não vão para os cestos” e a selecção para a qualidade continuava no tapete à porta da adega.
A apanha das uvas foi intercalada pelo pequeno-almoço e almoço, não havia tempo a perder pois tudo tinha que ficar concluído até ao final da tarde.
Quando chegou o último tractor, os cestos foram descarregados e as uvas passavam no desengaçador a caminho dos lagares.
No caso do vinho branco, sumo e películas são bombeadas directamente para uma prensa de onde o mosto sai para uma balsa e mais tarde se procede à prensagem para retirar o restante.
Imediatamente é depositado em cubas de aço inoxidável onde vai fermentar a temperatura controlada de maneira a que o aroma do vinho verde não se perca.
Todo este processo é feito no menor espaço de tempo possível de forma a evitar que o mosto esteja em contacto com o ar, pois neste caso o oxigénio é um inimigo: oxida o mosto o que resulta na perda de qualidade do vinho.
Depois de uma jornada de trabalho estes homens e mulheres mantinham um sorriso e alegria, espelho do sentimento de missão cumprida.
Após o jantar, alguns trabalhadores entraram nos lagares para a pisa do vinho. Com os calções bem puxados para cima, durante quase três horas marcham literalmente para a frente e para trás.
Enquanto estes homens pressionam as uvas com os pés, contra o chão do lagar de granito, para extrair o sumo e afundar as grainhas e as películas das uvas, criando uma manta de mosto; dois tocadores de acordeão ensaiam algumas músicas tradicionais para ajudar a manter o ritmo da “marcha”. É caso para dizer: um ritual bonito de ver mas duro de cumprir.
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Casa do Paço na freguesia de Basto Santa Tecla, 
Setembro de 1964.
Uma pausa dava lugar à musica e dança.

Lugar da Venda Nova, freguesia de Britelo, 
Setembro de 1965.
Toda a família marcava presença nos trabalhos da vindima.

1 comentário:

Anónimo disse...

CASA DO SEIXO EU CONHEÇO PERTENCE A FAMILIA PALHARES EM CRIANÇA JA LA VÃO 40 ANOS ANDEI NAQUELES LAGARES. SOU O ALFREDO ESTOU A MUITOS ANOS NO ALGARVE.